quinta-feira, 24 de abril de 2014

Universidades se somam à jornada nacional de luta pela Reforma Agrária


Ao longo de todo mês de abril, as cerca de 50 universidades espalhadas pelo país com que o MST tem parcerias, realizam a 1º Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária.

Serão realizadas atividades acadêmicas, políticas e culturais em apoio à luta dos movimentos sociais do campo brasileiro.

A atividade acontece em paralelo a Jornada Nacional de Lutas de Abril, realizada anualmente pelo MST em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados no dia 17 de abril de 1996, no Pará.

Segundo Maria Cristina Vargas, do setor de educação do MST, a jornada universitária tem como principal objetivo ampliar o debate e o diálogo com a sociedade sobre a importância e a necessidade da Reforma Agrária.

“Ao mesmo tempo em que fazemos as lutas no campo, ocupando terras, prédios públicos, realizando marchas e mobilizações, ampliamos nosso leque de diálogo com a sociedade levando a discussão da Reforma Agrária Popular para o espaço acadêmico”, avalia.

Como lembra Cristina, o MST compreende que apenas será possível realizar a Reforma Agrária com a aliança entre os trabalhadores do campo e os da cidade.

Ocupar a universidade 

Na mesma linha, a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Cristina Bezerra, acredita que a presença dos movimentos sociais nas universidades é extremamente necessária.

Para ela, trata-se de uma luta para questionar política e socialmente o papel da universidade na sociedade.

“Que tipo de conhecimento ela produz e com que sentido?”, questiona, ao acreditar que o movimento social no espaço acadêmico "tem a potencialidade de fazer com que os muros da universidade se voltem mais para as demandas socialmente referenciadas, necessárias para a população, para o crescimento do país, que legitimem o sentimento de justiça, de encaminhamentos mais voltados à população, não só para os setores dominantes".

Já foram realizadas atividades na Unesp de São José do Rio Preto e Presidente Prudente, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), entre diversas outras (veja programação completa abaixo).

Para Luis Carlos Pereira, Coordenador Pedagógico do Curso de Residência Agrária na UFMG, “a importância da jornada está em retomar o debate da Reforma Agrária para a construção de um novo modelo de agricultura que esteja de acordo com as reais necessidades da população brasileira, um modelo capaz de produzir alimentos saudáveis para o consumo da população”.

Leia mais : http://www.mst.org.br/node/15989

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