A revista Forbes divulgou, no último dia 13, um ranking composto pelas 15 famílias mais ricas do país. De acordo com a publicação, elas detêm um patrimônio equivalente a R$ 270 bilhões. O valor representa quase o dobro do montante de recursos destinados, nos últimos 11 anos, a 50 milhões de pessoas atendidas pelo programa Bolsa Família, do governo federal. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o programa contou com investimento de R$ 137,3 bilhões, neste período.
A família Marinho, detentora das Organizações Globo, está no topo do ranking divulgado pela revista. A fortuna do núcleo formado pelo trio de bilionários Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho, é estimada em US$ 28,3 bilhões, o que equivale a aproximadamente R$ 62,6 bilhões.
Com fortuna calculada em US$ 3,3 bilhões (cerca de R$ 7,3 bilhões), os Civita, donos do Grupo Abril, que edita a revista Veja, ocupam a 11ª posição entre as famílias mais ricas do país. O grupo é formado por Giancarlo Francesco Civita, Anamaria Roberta Civita e Victor Civita Neto.
O setor bancário também está presente no páreo. Participam do ranking as famílias Safra (Banco Safra), Moreira Salles (Itaú/Unibanco), Vilela (Holding Itaúsa), Aguiar (Bradesco) e Setúbal (Itaú). Somados, os patrimônios destas famílias equivalem a US$ 45,3 bilhões ou, R$ 100,3 bilhões.
Embora a concentração de renda continue alta no Brasil, o país tem desenvolvido, na última década, programas que contribuem para a redução das desigualdades sociais. Um deles é o Bolsa Família, criado em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e promovido, desde 2011, pela gestão da presidenta Dilma Rousseff.
Os impactos positivos causados pelo programa são comprovados. Segundo o estudo “A Década Inclusiva”, publicado em 2012 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o programa é o terceiro fator que mais influenciou na redução das desigualdades sociais no país, ficando atrás apenas da renda adquirida pelos brasileiros por meio do trabalho e da Previdência Social.
Desde a sua criação, o Bolsa Família já atingiu um quarto da população brasileira, beneficiando 50 milhões de pessoas. Resultados como esse, tornaram o Bolsa Família o maior programa de transferência condicionada de renda no Brasil e uma referência de sucesso para o mundo.
Mito x fato - Desde sua criação, o Bolsa Família é alvo de diversas críticas. Muitos acreditavam que o programa acomodaria a população de baixa renda ou, ainda, consideravam o benefício oferecido como uma “esmola” aos mais pobres. Afirmações como essas se mostram cada vez mais equivocadas, quando observadas as ações do programa.
De acordo com o MDS, o auxílio do programa Bolsa Família às populações de baixa renda possibilitou a redução de 19,4% do índice de mortalidade de infantil de crianças de até cinco anos. Ainda no âmbito de saúde, houve redução de 46,3% de mortes infantis por diarreia e 58,2% por desnutrição.
Manter os filhos na escola também é um compromisso assumido pelos beneficiários. Os resultados têm sido cada vez melhores. No último bimestre de 2013, por exemplo, a média de aprovação de estudantes inclusos no programa foi de 96%.
Para permanecer ligados ao programa, estudantes de 6 a 15 anos devem ter, no mínimo, 85% de frequência escolar. Ao mesmo tempo, jovens de 16 e 17 anos precisam ter, minimamente, a frequência de 75%, nas aulas.
O mito de que os beneficiários do Bolsa Família se acomodariam, cai por terra cada vez mais. Segundo o Planalto, 75,4% dos assistidos pelo programa estão empregados. Além disso, eles representam 10% dos 3,8 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI), espalhados pelo Brasil.
Agencia PT